Bissexual: Pessoa que tem desejos, práticas sexuais e relacionamento afetivo-sexual com pessoas de ambos os sexos.
Burka: A burka constiui-se em uma evidência, uma materialização de como papeis e comportamentos são definidos nas sociedades segundo os valores culturais priorizados. Além das diferenças de papeis entre homens e mulheres presentes nas sociedades muçulmanas que são por si só desiguais e muito nos assustam é preciso cuidado para não analisarmos essa cultura sob a perspectiva da nossa cultura, ou seja: a burka está para o povo islamico assim como o vestido ou outra parte do vestuario está para a cultura ocidental. Fundamental é analisar o significado da burka dentro da cultura islamica, o que ela representa e o simbolismo que ela carrega. Do contrário, perderemos a oportunidade de melhor conhecermos os valores que envolvem essa cultura.
Cultura: Várias são as definições para o significado de CULTURA. De forma objetiva e concisa pode ser considerada como o conjunto de obras humanas. É ela que diferencia o homem dos demais animais. Isto é, é a consciência que caracteriza e diferencia o ato humano de qualquer outro. Se origina na capacidade mental, mas não pode por isso, ser considerada como processo individual. A cultura não é apenas adquirida, mas transformada, mudada e acrescentada pela inovação ou descoberta. Embora a cultura seja obra do homem e exista para ele, ela é o conjunto de experiências vividas através de milhares de anos de sua existência e portanto, é processo coletivo e não individual. Não se trata entretanto de simples somatório de experiências interiorizadas, mas a síntese dessas experiências individuais em confronto permanente, cristalizada e materializada pelos objetos e artefatos O mundo cultural do homem tem uma abrangência enorme, que envolve o mundo natural, “onde o homem põe os pés, deixa de existir a natureza virgem.” Um homem por mais culto que possa ser não consegue mesmo assim, conhecer toda a sua cultura. (Luiz Gonzaga de Melo)
Diferença de gênero: Maneira que as diferenças entre mulheres e homens assumem nas diferentes sociedades, no transcorrer da história.
Diferença sexual anatômica: o mesmo que diferença biológica ou sexo biológico. Conjunto de informações cromossômicas, órgãos genitais, capacidades reprodutivas e características fisiológicas secundárias que distinguem machos e fêmeas. Diferenças existentes entre os homens e as mulheres.
Discriminação: Ação de discriminar, tratar diferente, anular, tornar invisível, excluir, marginalizar. É a atitude de negar oportunidades, de negar acesso, de negar humanidade. Nessa perspectiva, a omissão e a invisibilidade também são consideradas atitudes, também se constituem em discriminação.
Discurso da neutralidade: Um exemplo que pode ser dado pois perdura aos nossos dias é a primazia do masculino sobre o feminino na linguagem:Enquanto o masculino tem uma função de específico e de genérico, isto é, refere-se apenas a entidades masculinas, no caso a homens e ao conjunto de entidades masculinas e femininas, no caso, ao conjunto de homens e de mulheres, o feminino tem exclusivamente a função de específico, ou seja, refere-se unicamente a entidades femininas, no caso, a mulheres. Acresce que, a mera existência de uma entidade masculina num conjunto, qualquer que seja o número de entidades femininas leva a plurais masculinos.
Equidade de Gênero: Igualdade de direitos, oportunidades e condições entre homens e mulheres.
Endoculturação( Processo): Significa o processo de ajustamento de respostas individuais aos padrões culturais de uma sociedade. É o processo cultural responsável pela padro-nização
do comportamento humano através da transmissão de valores culturais. É ela que garante a continuidade da cultura.
Significa o processo de ajustamento de respostas individuais aos padrões
culturais de uma sociedade. É o processo cultural responsável pela padro-nização do comportamento humano através da transmissão de valores culturais. É ela que garante a continuidade da cultura.
É na infância que este processo se torna mais importante. Nesta fase, a criança é comparada a uma esponja que assimila toda a experiência cultural.
A endoculturação é considerada a responsável
pela modelagem da personalidade do indivíduo. À medida que os anos vão passando o processo continua , mas o processo de aceitação e repulsa torna-se mais consciente.
Nos primeiros anos, o
processo de endoculturação tem um caráter impositivo. Pode-se considerar que nesta fase haja um certo determinismo cultural.
Quando mais tarde, a criança não aceita determinada coisa, o faz
pautada numa cultura internalizada, interiorizada; na sua cultura subjetiva. Quando adulto a ação do indivíduo não deixa de ser uma manifestação da cultura. A ação além de ser um ato pessoal,
não deixa de ser uma ação cultural tornada possível pela cultura do grupo.
Significa dizer que nos primeiros anos a endoculturação é um processo forçado de formação , para se tornar
posteriormente em processo maleável, numa mistura de formação e reformulação, de conhecimento e de recondicionamento.
Significa dizer que nos primeiros anos a endoculturação é um processo
forçado de formação , para se tornar posteriormente em processo maleável, numa mistura de formação e reformulação, de conhecimento e de recondicionamento.
Esteriótipos:Consiste na generalização e atribuição de valor (na maioria das vezes negativo) a algumas características de um grupo, reduzindo-o a estas características e definindo os “lugares de poder” a serem ocupados. É uma generalização de julgamentos subjetivos feitos em relação a um determinado grupo, impondo-lhes o lugar de inferior e o lugar de incapaz no caso dos estereótipos negativos Feminismo.
Etnocentrismo: Consiste em julgar, a partir de padrões culturais próprios, como “certo” ou “errado”, “feio” ou “bonito”, “normal” ou “anormal” os comportamentos e as formas de ver o mundo dos outros povos, desqualificando suas práticas e até negando sua humanidade.
Gênero: Maneira que as diferenças entre mulheres e homens assumem nas diferentes sociedades, no transcorrer da história.
Heteronormatividade: Termo que se refere aos ditados sociais que limitam os desejos sexuais, as condutas e as identificações de gênero que são admitidos como normais ou aceitáveis àqueles ajustados ao par binário masculino/ feminino. Desse modo, toda a variação ou todo o desvio do modelo heterossexual complementar macho/fêmea – ora através de manifestações atribuídas à homossexualidade, ora à transgeneridade – é marginalizada/o e perseguida/o como perigosa/o para a ordem social. Ver o texto “Homofobia e heterossexismo” nesta Unidade.
Heterossexualidade: Atração sexual por pessoas de outro gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas.
Homoafetividade: Termo criado pela advogada Maria Berenice Dias para realçar que o afeto é um aspecto central também nos relacionamentos que fogem à norma heterossexual. Veja: http://www.consciencia.net/2003/06/07/ homoafeto.html
Homofobia: Termo usado para se referir ao desprezo e ao ódio às pessoas com orientação sexual diferente da Caracteriza-se pelo medo e o resultante desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Para algumas pessoas a homofobia é fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são.
Homossexuais: Homossexualidade é a atração sexual por pessoas de mesmo gênero e relacionamento afetivosexual com elas.
Homossexualidade: Pessoas que se interessam sexualmente por indivíduos do mesmo gênero são chamadas de homoeróticas. O termo “homossexual” não é mais adequado nesse contexto, assim como se usar o termo “opção sexual’ também não.
Identidade de gênero: Diz respeito à percepção subjetiva de ser masculino ou feminino, conforme os atributos, os comportamentos e os papéis convencionalmente estabelecidos para homens e mulheres.
Identidade sexual: Refere-se a duas questões diferenciadas: por um lado, é o modo como a pessoa se percebe em termos de orientação sexual; por outro lado, é o modo como ela torna pública (ou não) essa percepção de si em determinados ambientes ou situações. A identidade sexual corresponde ao posicionamento (nem sempre permanente) da pessoa como homossexual, heterossexual ou bissexual, e aos contextos em que essa orientação pode ser assumida pela pessoa e/ou reconhecida em seu entorno.
Imagem de inferioridade feminina: É o caso dos livros em que a mulher ocupa os lugares de menos prestígio, como, por exemplo, a organização e limpeza da casa, ou quando aparece como ajudante nas atividades masculinas, como enfermeiras e garçonetes.
Intersexual ou “intersex”: É o termo geral adotado para se referir a uma variedade de condições (genéticas e/ou somáticas) com que uma pessoa nasce, apresentando uma anatomia reprodutiva e sexual que não se ajusta às definições típicas do feminino ou do masculino.
Masculino genérico: Um exemplo que pode ser dado pois perdura aos nossos dias é a primazia do masculino sobre o feminino na linguagem:Enquanto o masculino tem uma função de específico e de genérico, isto é, refere-se apenas a entidades masculinas, no caso a homens e ao conjunto de entidades masculinas e femininas, no caso, ao conjunto de homens e de mulheres, o feminino tem exclusivamente a função de específico, ou seja, refere-se unicamente a entidades femininas, no caso, a mulheres. Acresce que, a mera existência de uma entidade masculina num conjunto, qualquer que seja o número de entidades femininas leva a plurais masculinos.
Misoginia: É a manifestação do sexismo contra as mulheres. Aversão a tudo aquilo que é feminino. São pessoas, geralmente homens, que odeiam e repelem o sexo feminino. Vem da palavra grega miso=ódio e gene=mulher. A misoginia é por vezes confundida com o machismo ( crença de que os homens são superiores às mulheres) e com o androcentrismo, mas enquanto que a primeira se baseia no ódio, o segundo fundamenta-se numa crença na inferioridade da mulher e o último com a desconsideração das experiências femininas perante o ponto de vista masculino.
Movimento Feminista: Movimento social e político de defesa de direitos iguais para mulheres e homens, tanto no âmbito da legislação (plano normativo e jurídico), quanto no da formulação de políticas públicas que ofereçam serviços e programas sociais de apoio a mulheres.
Naturalização: Refere-se aqui ao modo como idéias, valores e regras sociais (produzidos por homens e mulheres em contextos históricos) são transmitidos, justificados e adotados como se existissem independentes da ação humana, como se fossem imposições externas (“naturais”) que não podem ser evitadas, combatidas ou modificadas, sob o risco de alterarem essa ordem “natural” que garantiria a estabilidade e a reprodução da sociedade. Uma construção “naturalizada” é percebida como dado inquestionável da realidade, quando de fato as condições de ela ser considerada verdadeira são o resultado de um processo social.
Núcleos de pesquisa: Entre os núcleos mais conhecidos no Brasil podem ser citados: Núcleo de Estudos de Gênero ( Pagu - UNICAMPI); - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM - UFBA); Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (NEPEM/UFMG); Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (UFSC); Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero ( NEMGE - USP); - Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Mulher e gênero (NEM – UFRS).
Orientação sexual: Refere-se ao sexo das pessoas que elegemos como objetos de desejo e afeto. Hoje são reconhecidos três tipos de orientação sexual: a heterossexualidade (atração física e emocional pelo “sexo oposto”); a homossexualidade (atração física e emocional pelo “mesmo sexo”); e a bissexualidade (atração física e emocional tanto pelo “mesmo sexo” quanto pelo “sexo oposto”).
Periódicos Destacam-se dois periódicos de circulação nacional nesta área : Cadernos Pagu (Universidade de Campinas) e Revista de Estudos Feministas (Universidade Federal de Santa Catarina)
Princípios de Yogyakarta: São princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e à identidade de gênero, preparados por uma comissão de eminentes especialistas em Direitos Humanos convocados pela Comissão Internacional de Juristas e pelo Serviço Internacional de Direitos Humanos, reunidos em Yogyakarta, Indonésia, em novembro de 2006. Estes Princípios tratam de um amplo espectro de normas de direitos humanos e de sua aplicação a questões de orientação sexual e identidade de gênero. Disponível em: http://www.sxpolitics.org/mambo452/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=12&Itemid=2
Raça: do ponto de vista científico não existem raças humanas; há apenas uma raça humana. No entanto, do ponto de vista social e político é possível (e necessário) reconhecer a existência do racismo enquanto atitude. Assim, só há sentido usar o termo “raça” numa sociedade racializada, marcada pelo racismo.
Relações de gênero: Diz respeito às relações sociais entre as pessoas e não apenas aos homens e mulheres que tomam por referencia as distinções sexuais.
Sexismo: Termo que se refere ao conjunto de ações e idéias discriminatórias e preconceituosas tendo por referencia a diferença sexual e de gênero: Mulheres que acham que o sexo feminino é superior ao masculino e vice-versa. Também se adequa no que diz respeito às orientações sexuais: heterossexuais que se julgam superiores a homossexuais e vice-versa. Trata-se de uma forma de discriminação, que conduz à subalternização, à marginalização ou mesmo à exclusão de pessoas ou grupos com base no seu sexo.
Sexo biológico: Conjunto de informações cromossômicas, órgãos genitais, capacidades reprodutivas e características fisiológicas secundárias que distinguem machos e fêmeas. Diferenças existentes entre os homens e as mulheres.
Sexologia: É a ciência que estuda problemas fisiológicos e psíquicos relacionados à sexualidade, geralmente associados, nesta disciplina, à idéia de um organismo potente, à existência de um impulso sexual “natural”, cujo destino “normal” seria a cópula heterossexual.
Sexualidade: "A sexualidade é apenas uma das variáveis que configura a identidade de gênero, em concomitância com outras coisas como os papéis de gênero e o significado social da reprodução. (...) Sexo é uma categoria que ilustra a diferença biológica entre homens e mulheres; gênero é um conceito que remete à construção cultural coletiva dos atributos de masculinidade e feminilidade; identidade de gênero é uma categoria pertinente para pensar o lugar do indivíduo no interior de uma cultura determinada; e sexualidade é um conceito contemporâneo para se referir ao campo das práticas e sentimentos ligados à atividade sexual dos indivíduos." (GROSSI, 1998)
Tornar-se mulher: a expressão tornar-se mulher foi cunhada em 1949 na França por Simone de Beauvoir, com a publicação da obra O Segundo Sexo.
Sua frase “não nascemos mulheres, tornamo-nos mulheres” sintetiza todo um pensamento apresentado em seu livro que na época transformou-se em grande polêmica e resume a constatação de que a condição mulher não é algo naturalmente dada, mas uma construção social, cultural e histórica.Simone de Beauvoir demonstra com inúmeros exemplos presentes no cotidiano das diversas fases da vida, as mulheres, desde a tenra idade ao serem educadas, assimilam e repetem gestos, expressões, posturas, modelos de pensamentos, comportamentos, atitudes e práticas como se fossem originárias da sua configuração anatômica do sexo.
Dessa forma, Beauvoir demonstra que o ato de tornar-se mulher significa que ela se molda pelos modelos culturais e sociais construídos mas como se fosse algo da ordem do natural e biológico.
Essa frase ficou famosa e desde então , ao ser utilizada refere-se a essa tese já apresentada por essa filósofa antes mesmo que o Movimento Feminista ganhasse a partir dos anos 1970 a visibilidade pelas defesas e princípios defendidos em defesa das mulheres e contra a desigualdade de gênero.
voltarTransgênero ou “trans”: São termos utilizados para reunir, numa só categoria, travestis e transexuais como sujeitos que realizam um trânsito entre um gênero e outro.
Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída.
Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que isso não é regra para todas (Definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).